domingo, 22 de fevereiro de 2009

O cachorro estava muito feliz. Ele corria metros e metros a minha frente depois voltava pulando, rodopiando e latindo. Balançava a cabeça, mordia o proprio rabo e puxava minha saia. Fez isso inumeras vezes. Até que em uma dessas vezes em me puxou tanto que cai. Fiquei com raiva, muita raiva. Quem ele achava que era. Era um cachorro. Apenas um cachorro.
- Você nunca mais faça isso, nunca. Gritei.
Ele começo a me lamber como se eu tivesse pedido por isso. Era um pedido de desculpas. Não posso criticar seus erros, pensei, não por você não é um ser pensante mas por que conheço alguns dos meus erro. Alguns motivos que me levam a me equivocar. Algumas vezes me sentia mais você que eu.

Sentei me debaixo de uma grande arvore. Tire um pedaço de pão da bolsa, cortei um pedaço de salame. O cachorro me olhou e deu dois latidos fortes. Uma pequena joaninha,uma senhorita com um chalé vermelho de bolinhas pretas pousara no meu dedo. Fixei meu olhar para poder vê-la melhor. O quão pequenos, insensíveis e fracos somos perante uma joaninha. Ela ficou parada no meu dedo alguns instantes de depois voo. Não mais a vi. O céu estava cheio de nuvens brancas num azul profundo. Me encontei no tronco da arvore e dormi dormir coberto por nuvens, uma colcha de nuvens. O Cachorro deitou ao meu lado. Dormimos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Fui embora daquele lugar. Deixei a caixinha de confetes coloridos ali na fonte. Alguem a acharia, alguem comeria aqueles confetes, alguem seria feliz com eles, talvez muito feliz.

Walace De Labian nunca os alcançariam.



Um pequeno cachorro começou a me acompanhar pela estrada. Teria ele algum dono? Seria de alguem? Não trazia nada que em seu pescoço. Insisti para que ele voltasse para o vilarejo. Talvez assim como eu, ele estivesse a busca de seu dono, de alguem que realmente o amava. Talvez eu deveria ama-lo. Deveria?


Bernadette é o meu nome, qual é o teu?

Ele me olhou como se nao entendesse o que estava dizendo. Tinha uma cara engaçada, quase um sorriso no rosto.


Tenho que escolher um nome para você. Que nome você quer ter?. Era um cachorro, era um cachorro que me acompanha.


Vou te chamar de cachorro, afinal nao é isso que você é? Não sei o seu nome? Você já tem um nome? Com certeza sim.


Começou a chover mansinho, bem devagar e lá no final da estrada bem alem das montanhas se formou um arco-iris. Não, eram dois.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Continuei minha jornada. Hoje era dia 02 de feveiro. Tomei um banho em um riacho que cortava a estrada. Era uma agua muito limpa, muito fria que despertou lembraças do meu amor. Hoje ele faria 25 anos, bem, sinto que ele tenha feito pois estará vivo em algum lugar. Me lavei. O som de uma carruagem se aproximava. Precisava me vestir. Ganharia carona até o proximo vilarejo.

A carruagem se aproximou. Era uma carruagem funebre. Trazia no topo um caixão, com sei la sabe quem. Dentro os familiares chorando. Fiu do lado de fora sentada na parte de tras ao lado de centenas de flores que deixavam um rastro de perfume.

Saltei no primeiro vilarejo. Um lugar pequeno. Um praça, algumas casas, uma igreja e um poucos meninos brincando na rua. Vi uma pequena confeitaria bem na esquina, um singela loja de doces e guloseimas. Comprei uma caixinha de confetes multicoloridos, centenas deles. Sentei no peitoral do chafariz, um enorme e suntuoso monumento em homenagem a um Sir Walace De Labian. Era um grande escultura em marmore negro. Ele montando em um cavalo que pisoteava serpentes. Nunca saberia quem forá o tal Sir. Mas quem o esculpiu deve ter sido fiel a sua figura. Apesar do conjunto imponente daquele fabuloso e destemindo corcel pisoteando serpentes, nao foi capaz de camuflar o expressão de um homem maquiavel e que temia o simples.