quarta-feira, 18 de março de 2009

Acordei rindo, o cachorro estava lambendo os meus pés. Não parava. Ri bastante. Ele foi me cheirando e me lambendo. Acordei feliz. Juntei minhas coisas as coloquei na mala, segurei os balões que ainda restavam e segui.

Estava tudo muito claro. O frescor do orvalho da manhã subia lento e penetrava minha narinas. Cheiro de mato. Esse cheiro me deixava feliz. Lembrava papai. Ele havia me deixado a muito tempo. A lembrança de papai me deixava feliz. Feliz.

Começou a ventar forte e as arvorés se curvavam até o chão, se retorciam e se tocavam. Ventava muito. Os balões se agitaram. Perdi um deles que logo sumiu por entre as arvores. De onde vinha tanto vento, para que tanta força.

O cachorro andava bem rente a mim, queria se proteger do vento. Queria me proteger do vento. Companheiros. Andamos algumas leguas pela estrada vazia. Animais pastavam em um campo distante, lá no alto. Algumas casinhas sozinhas mas nenhum homem ou mulher para quem pudesse perguntar a direção para casa do Barão. Segui.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O cachorro estava muito feliz. Ele corria metros e metros a minha frente depois voltava pulando, rodopiando e latindo. Balançava a cabeça, mordia o proprio rabo e puxava minha saia. Fez isso inumeras vezes. Até que em uma dessas vezes em me puxou tanto que cai. Fiquei com raiva, muita raiva. Quem ele achava que era. Era um cachorro. Apenas um cachorro.
- Você nunca mais faça isso, nunca. Gritei.
Ele começo a me lamber como se eu tivesse pedido por isso. Era um pedido de desculpas. Não posso criticar seus erros, pensei, não por você não é um ser pensante mas por que conheço alguns dos meus erro. Alguns motivos que me levam a me equivocar. Algumas vezes me sentia mais você que eu.

Sentei me debaixo de uma grande arvore. Tire um pedaço de pão da bolsa, cortei um pedaço de salame. O cachorro me olhou e deu dois latidos fortes. Uma pequena joaninha,uma senhorita com um chalé vermelho de bolinhas pretas pousara no meu dedo. Fixei meu olhar para poder vê-la melhor. O quão pequenos, insensíveis e fracos somos perante uma joaninha. Ela ficou parada no meu dedo alguns instantes de depois voo. Não mais a vi. O céu estava cheio de nuvens brancas num azul profundo. Me encontei no tronco da arvore e dormi dormir coberto por nuvens, uma colcha de nuvens. O Cachorro deitou ao meu lado. Dormimos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Fui embora daquele lugar. Deixei a caixinha de confetes coloridos ali na fonte. Alguem a acharia, alguem comeria aqueles confetes, alguem seria feliz com eles, talvez muito feliz.

Walace De Labian nunca os alcançariam.



Um pequeno cachorro começou a me acompanhar pela estrada. Teria ele algum dono? Seria de alguem? Não trazia nada que em seu pescoço. Insisti para que ele voltasse para o vilarejo. Talvez assim como eu, ele estivesse a busca de seu dono, de alguem que realmente o amava. Talvez eu deveria ama-lo. Deveria?


Bernadette é o meu nome, qual é o teu?

Ele me olhou como se nao entendesse o que estava dizendo. Tinha uma cara engaçada, quase um sorriso no rosto.


Tenho que escolher um nome para você. Que nome você quer ter?. Era um cachorro, era um cachorro que me acompanha.


Vou te chamar de cachorro, afinal nao é isso que você é? Não sei o seu nome? Você já tem um nome? Com certeza sim.


Começou a chover mansinho, bem devagar e lá no final da estrada bem alem das montanhas se formou um arco-iris. Não, eram dois.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Continuei minha jornada. Hoje era dia 02 de feveiro. Tomei um banho em um riacho que cortava a estrada. Era uma agua muito limpa, muito fria que despertou lembraças do meu amor. Hoje ele faria 25 anos, bem, sinto que ele tenha feito pois estará vivo em algum lugar. Me lavei. O som de uma carruagem se aproximava. Precisava me vestir. Ganharia carona até o proximo vilarejo.

A carruagem se aproximou. Era uma carruagem funebre. Trazia no topo um caixão, com sei la sabe quem. Dentro os familiares chorando. Fiu do lado de fora sentada na parte de tras ao lado de centenas de flores que deixavam um rastro de perfume.

Saltei no primeiro vilarejo. Um lugar pequeno. Um praça, algumas casas, uma igreja e um poucos meninos brincando na rua. Vi uma pequena confeitaria bem na esquina, um singela loja de doces e guloseimas. Comprei uma caixinha de confetes multicoloridos, centenas deles. Sentei no peitoral do chafariz, um enorme e suntuoso monumento em homenagem a um Sir Walace De Labian. Era um grande escultura em marmore negro. Ele montando em um cavalo que pisoteava serpentes. Nunca saberia quem forá o tal Sir. Mas quem o esculpiu deve ter sido fiel a sua figura. Apesar do conjunto imponente daquele fabuloso e destemindo corcel pisoteando serpentes, nao foi capaz de camuflar o expressão de um homem maquiavel e que temia o simples.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Acordei. Dormi durante dias e noites. Sonhei muito. Corria por uma floresta. Carregava na minha mão esqerda centanas de balões coloridos. Balões grandes e contentes, um presente para o meu amor. Corri bastante e cheguei a uma praia. O mar era imensamente azul profundo e areia branca. Não encontrei meu amor l. Ele me disse que estaria la me esperando. Onde ele estava?

Senti na areia e esperei. Foram horas inuteis, oras uteis. Ele não voltaria. Deixei que um a um os balões fossem partindo, quem sabe algum encontraria meu amor.
_ A sua amada o espera na praia.

Fiquei com alguns balões pois um dia haveria de encontra-lo. Fé, esperança, amor, alegria e um grande coração. Voltei ao meu caminho. Precisava chegar em casa.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Minhas forças se acabavam, deitei ao pé da primeira grande figueira que havia na margem da estrada. Dormi, dormi profundamente e sonhei. Um sonho azul, um céu azul, algumas nuvens brancas - ilhas de ternura e paz. Um pequena tartaruga brincava de por entre as nuvens, nadava naquela imensidão. Eu inclinava meus pés para alcança-lá, mas nao conseguia. Eu sorria e acenava para que ela pudesse me ver.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Uma manhã chuvosa. Guardei uma pequena gota de esperança, a última que descia do céu. Algumas roupas velhas, um vidro de perfume quase pela metade, um sapato empoeirado e alguns pares de meias. Arrumei a mala e parti.

Deixei as portas e as janelas abertas para que o vento pudesse espalhar as lembraças que ainda habitavam aquele lugar. Era uma casa modesta que um dia sorriu. Talvez um dia eu retorne completa, e possa reacender as velas que iluminavam nosso lar, regar as violetas na janela, passar o café e comer rosca recheada com canela e manteiga.

As nuvens me acompanhavam, a tempestade estava lá longe no horizonte. Era para lá que eu ia, e lá atras ia o que eu mais deseja o que fosse presente. O passado ainda andava ao meu lado. Cada passo uma lembrança. Que o tempo ia consumindo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Outras pequenas 24 horas. Um pouco azul, um pouco cinzento um pouco de luz. Um fio de coragem para matar o que ainda resta.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

What a difference a day makes

Ella Fitzgerald muitas vezes me acompanha. Ela me encanta, desencanta e me faz pensar e repensar nas coisas que aconteceram.

What a difference a day makes

What a difference a day makes
Twenty-four little hours
Brought the sun and the flowers
Where there used to be rain

My yesterday was blue, dear
Today I'm a part of you, dear
My lonely nights are through, dear
Since you said you were mine

What a difference a day makes
There's a rainbow before me
Skies above can't be stormy
Since that moment of bliss,
that thrilling kiss

It's heaven when you find romance on your menu
What a difference a day made
And the difference is you

What a difference a day makes
There's a rainbow before me
Skies above can't be stormy
Since that moment of bliss,
that thrilling kiss

It's heaven when you find romance on your menu
What a difference a day made
And the difference is you

Hoje a diferença é nao ter você.
Não consigo mais chorar. Hoje sorrio e contemplo um mar imenso de esperança. Um mar azul e imenso. Profundo.